Saiba quais são os sintomas, como é feito o diagnóstico e o tratamento da doença
A cada ano, cerca de 66 mil novos casos de câncer de próstata são diagnosticados no Brasil; a maioria deles em homens mais velhos, acima dos 65 anos de idade.
Este é o segundo tipo de câncer mais comum na população masculina, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Quando diagnosticado precocemente, tem boas chances de cura.
Saiba mais sobre a doença, a seguir.
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O que é o câncer de próstata?
Antes de falar sobre a doença, vamos entender o que é a próstata. Trata-se de uma glândula de tamanho e formato semelhantes aos de uma noz, situada abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso).
Ela envolve a porção inicial da uretra, pequeno tubo que é responsável por eliminar a urina, além de produzir parte do sêmen, líquido que contém os espermatozoides e que é liberado durante as relações sexuais.
Quando as células da próstata começam a se multiplicar de maneira anormal, formam um tumor maligno. Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, mas a maioria cresce lentamente, podendo, em alguns casos, demorar até 15 anos para atingir 1 cm.
Tipos de câncer de próstata
Os chamados adenocarcinomas são os tipos de tumores mais comuns, responsáveis por cerca de 95% dos casos de câncer de próstata. São classificados em grau baixo, intermediário ou alto.
Os outros 5% incluem tipos raros de tumor: carcinomas de pequenas células, sarcomas e linfomas.
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Sinais e sintomas do câncer de próstata
Na fase inicial, assim como acontece com a maioria dos cânceres, pode não apresentar sintomas. Porém, quando esses se manifestam, os mais comuns são:
- Dificuldade para urinar;
- Demora em começar e terminar de urinar;
- Presença de sangue na urina ou no sêmen;
- Sensação de que a bexiga não foi totalmente esvaziada ao urinar;
- Fluxo urinário interrompido;
- Diminuição do jato de urina;
- Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite;
- Disfunção erétil.
Quando o câncer de próstata se encontra em estágio avançado, o paciente pode apresentar dor nos ossos, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Fatores de risco do câncer de próstata
Uma das causas consideradas para o desenvolvimento do câncer de próstata é a presença de mutações no código genético das células prostáticas, o que pode fazer com que elas não se desenvolvam normalmente, levando, então, à formação do tumor cancerígeno.
Porém, sabe-se que existem fatores de risco que contribuem para o surgimento do câncer de próstata. Entre eles, destacam-se:
- Idade: tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos. Cerca de 75% dos casos da doença acontecem em pessoas com mais de 65 anos;
- Histórico familiar: ter pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos aumenta os riscos para a doença de 3 a 10 vezes;
- Obesidade;
- Etnia: por razões não sabidas, homens com ascendência africana e caribenha têm mais chances de desenvolver o câncer de próstata;
- Exposições a aminas aromáticas: (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio), arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas.
Diagnóstico do câncer de próstata
Além de avaliar os sintomas apresentados pelo paciente e seu histórico clínico, o médico, ao suspeitar da doença, pode solicitar dois exames para investigar os sinais e sintomas. São eles:
- Exame de toque retal: exame rápido e indolor pelo qual o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata. Nenhum outro exame substitui o exame de toque;
- Exame de PSA: é um exame de sangue que mede o nível de uma proteína, chamada antígeno prostático específico, que é produzida pela próstata. Nem sempre que o PSA está elevado significa câncer de próstata. Outras doenças benignas, como prostatite e hiperplasia prostática benigna, também podem apresentar essas alterações.
Dependendo dos resultados desses dois exames, pode ser necessário realizar uma biópsia, o único exame que confirma o diagnóstico. O procedimento consiste em retirar uma pequena amostra do tecido da próstata para análise anatomopatológica.
Caso julgue necessário — ou para identificar o estágio da doença e se há metástases —, o médico pode solicitar, ainda, outros exames, como:
- Tomografia;
- Ressonância magnética;
- Ecodoppler colorido;
- PET-CT;
- PET-PSMA, voltado para o estadiamento e tratamento da doença;
- Cintilografia óssea (para verificar se os ossos foram atingidos).
Tratamentos do câncer de próstata
A escolha pelo tratamento mais adequado considera alguns fatores, como a idade e saúde geral do paciente, se ele deseja ter filhos ou não, tamanho do tumor, entre outros. Entre as opções existentes atualmente, temos:
- Observação vigilante: há casos, como no de tumores que crescem lentamente e são menos agressivos, em que o médico recomenda apenas acompanhamento rigoroso, sem nenhuma intervenção;
- Cirurgia: é a opção quando o tumor está localizado dentro da próstata. O procedimento pode ser feito por cirurgia minimamente invasiva, como por laparoscopia ou cirurgia robótica, que garante mais precisão ao médico e recuperação mais rápida ao paciente;
- Radioterapia: indicada para casos de câncer de próstata avançado. Pode ser associada ou não à cirurgia ou à quimioterapia. A radioterapia pode ser usada em situações de câncer avançado e localmente avançado;
- Quimioterapia: indicada para os casos em que houve metástase ou quando o tumor não respondeu aos outros tratamentos;
- Terapia hormonal: controla ou impede a produção de hormônios (como a testosterona) que estimulam o crescimento do tumor. Ela pode ser feita por meio de injeções, cirurgia ou comprimidos. Pode ser associada a outros tratamentos e é indicada nos casos de doença metastática ou quando o paciente não pode ou não deseja realizar tratamentos mais agressivos.
Como se prevenir?
Ter um estilo de vida saudável ajuda a manter a saúde como um todo e a evitar alguns tipos de câncer, como o de próstata. Por isso, é recomendado:
- Ter uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal;
- Manter o peso adequado;
- Praticar atividade física regularmente;
- Não fumar;
- Evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
- Realizar os exames de rastreamento solicitados pelo médico, independentemente de haver ou não casos da doença na família.
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Fontes:
Hospital Israelita Albert Einstein